cabeça humana,
cauda de lagarto
e dedos colados.
somos sempre essa imagem
esse embrião de olhos vendados.
as mãos nem conseguem agarrar
e a coluna só serve para abanar.
Pulgas répteis
que nem saltar sabem.
Uma habilidade lindíssima
que no máximo só usamos no Circo.
Seres circenses de holofotes em cima
num circo onde o público é feito de outros iguais.
Num circo de espetáculos infinitos
onde só nós nos aplaudimos.
Sem mobilidade, visão, tacto.
Um órgão toca lá ao fundo, onde a luz começa
mas nós não o ouvimos,
entretidos em nós próprios e
perdidos nos outros.
Fresta deLuz
27/05/2011
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