Sunday, August 19, 2007


Pause by FredG

Pausa


Um passo em frente
E
Trespassei a ténue glandula temporal,
Que segrega continuamente a velhice.


Os relógios à minha volta pararam,
Relógios de todas as formas, cores e almas.
Uns mais carrancudos, outros alegres e bem-dispostos
E alguns solitários e anti-sociais.


O momento já não o é,
O presente não existe.
Nem passado nem futuro.


A mente perde-se na confusão temporal,
Na ansia de memorizar o que vive,
Mas é-lhe impossível memorizar o que quer que seja,
Não existe passado para memorizar.


Eu perco-me em frustrações,
Tornando-me num ser morto e sem ambições,
Sem perspectivas de um futuro que não existe.


Estático
Com tempo para tudo e sem tempo para fazer algo.


Hilariante
Por querer aproveitar uma pausa eterna que,
Na realidade não é eterna nem fugaz.
É uma pausa.




André Ventura

20 de Agosto, 2007