Pause by FredG
Pausa
Um passo em frente
E
Trespassei a ténue glandula temporal,
Que segrega continuamente a velhice.
Os relógios à minha volta pararam,
Relógios de todas as formas, cores e almas.
Uns mais carrancudos, outros alegres e bem-dispostos
E alguns solitários e anti-sociais.
O momento já não o é,
O presente não existe.
Nem passado nem futuro.
A mente perde-se na confusão temporal,
Na ansia de memorizar o que vive,
Mas é-lhe impossível memorizar o que quer que seja,
Não existe passado para memorizar.
Eu perco-me em frustrações,
Tornando-me num ser morto e sem ambições,
Sem perspectivas de um futuro que não existe.
Estático
Com tempo para tudo e sem tempo para fazer algo.
Hilariante
Por querer aproveitar uma pausa eterna que,
Na realidade não é eterna nem fugaz.
É uma pausa.
André Ventura
20 de Agosto, 2007
No comments:
Post a Comment