Tuesday, March 22, 2011

Wednesday, March 16, 2011

Partes de um esquema

Ele vagueava há séculos naquele nevoeiro denso. O mato era dele, movia-se como queria, nada o parava. Há minutos dissera para ela:

“-Não sabes o ódio que me corre nas veias, não sabes como são forjadas estas lágrimas! Não sabes! - passa com a mão selvaticamente na face para limpar as lágrimas– Ai este ferro espetado no meu esófago! Toda a santa noite e todo o santo dia sinto-me a cuspir sangue pelo cérebro. Derretido e feito em merda. Deito-me com cara de burro que levou na tromba e que ainda sorri armado em grande. Isto não sabes tu! – e desata num pranto enquanto desparece pelo meio do mato."

As lágrimas ainda escorriam pela cara agora de aspecto ferrugento. Foi há 30 minutos que tudo mudara. Ele tinha de seguir caminho, Colar sentia-o.

Monday, March 14, 2011

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O que é esta turbulência? Este túnel fatalista e com cores miseravelmente saturadas. Este diafragma de textura intestinal para o qual de vez em quando somos lançados, Esta agonia que nos agarra pela parte inferior do pescoço e pelo coração. Ficamos suspensos, com um tiro do tempo ninguém sobrevive. As coisas passam, o instantâneo torna-se insignificante. Encarnamos a nulidade e a obsessão pelo olhar vago, a cara apática, e a disposição nula.
Esta turbulência que me mata mas que faz-me querer abraça-la, agarrar-me a ela eternamente nesta pausa da memória. Neste clima de chuva constante e ar quente e agradável, sabe-se sempre com o que se conta, com esta turbulência miserável que nos arrasta pelos cabelos enquanto rimos e damos gargalhadas que não se ouvem.

Fresta de Luz 15/03/2011

Tuesday, March 08, 2011

Monday, March 07, 2011