tenho um dragão no coração,
mas este gajo não é como nos filmes
é um tipo aveludado e sem picos.
este dragão é deveras bom
aconchegador, leve, quente.
de vez em quando tosse
ou cansa-se e bufa e,
nessas alturas, os seus cristais
espetam-se em mim.
fico a vomitar durante algum tempo,
sem conseguir tocar nas paredes,
cheirar o fumos dos carros
ou ouvir as buzinas às 07h30.
e assim divido-me no paralelismo do dragão.
é como que um universo de espelhos,
de espelhos com histórias que nunca morrem,
como um barco sobre um mar
de banda desenhada.
É nesse (a)mar que me perco
de olhos fechados
enquanto caio
no abismo da noite.
(Lá ao fundo há uma carpete vermelha)
Fresta de Luz
07/02/2011
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