É com estranheza que te toco
Como se de algo novo fosse
Intimidante, suave, belo.
Toco e quero tocar mais,
E quanto mais toco mais estranheza tenho,
Mais vontade tenho.
Adoro o tocar que é,
Adoro a estranheza que é
E adoro a vontade que tenho.
Ter os meus dedos que deslizam como pianista por ti.
Para sentir aquele toque e descobrir mais,
Um piano de peças sem fim,
Uma música em que a pauta é o universo,
Um compasso que se divide em tempos sem lógica,
Um espaço que não ocupa, preenche.
É esse toque que quero,
A esses todos ritmos
A essas horas em que tu te abres e respiras
E cantas a música da vibração inaudível,
Despejas aquele suor seco em mim
E aquela fervura de criança que ainda não conhece.
Toco e gosto de tocar em algo que sempre me tocou.
André Ventura
15 de Março de 2010
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