Ele vagueava há séculos naquele nevoeiro denso. O mato era dele, movia-se como queria, nada o parava. Há minutos dissera para ela:
“-Não sabes o ódio que me corre nas veias, não sabes como são forjadas estas lágrimas! Não sabes! - passa com a mão selvaticamente na face para limpar as lágrimas– Ai este ferro espetado no meu esófago! Toda a santa noite e todo o santo dia sinto-me a cuspir sangue pelo cérebro. Derretido e feito em merda. Deito-me com cara de burro que levou na tromba e que ainda sorri armado em grande. Isto não sabes tu! – e desata num pranto enquanto desparece pelo meio do mato."
As lágrimas ainda escorriam pela cara agora de aspecto ferrugento. Foi há 30 minutos que tudo mudara. Ele tinha de seguir caminho, Colar sentia-o.
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