Que bom banhar-me em águas lamacentas,
Turvas,
Lixiviadas,
Obsoletas e a cheirar a merda.
Quanto mais se rasteja mais se quer rastejar,
Cada vez menor será a queda,
E eu continuo a rastejar
Cada vez com mais paixão.
Continuo com as norsas dos dedos em carne viva,
Delicio o chão imundo com a lingua já toda rasgada
De tanto corte.
Rastejo e cada vez gosto mais,
Mas muitas vezes gostaria de ver o céu mais perto,
Mas como muitos homens vivem numa sociedade que lhes enoja,
Eu rastejo nesta vida castanha e pestilenta,
Até que o céu se aproxime um bocadinho mais.
André Ventura
(4/06/2008)
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